The Chestnut Man (2021), Søren Sveistrup.
Uma série dinamarquesa da Netflix, que conta a história de dois detetives (Naia Thulin e Mark Hess) na busca por um assassino que tem uma marca registrada bastante peculiar: ele deixa bonequinhos feitos de castanhas na cena do crime.
O fato de ser um noir nórdico já atrai logo de cara. É um estilo de história que eu gosto muito (agradeço a Stieg Larsson e Jo Nesbø por isso) e que normalmente trabalha a ideia do suspense policial de uma forma bastante sombria, carregada, que traz elementos dos países escandinavos (nesse caso, a Dinamarca) como um cenário mais escuro, com tons cinzentos, onde costuma chover muito e sempre tem uma floresta macabra.
Outro fato que desperta interesse é que a série é criada e escrita pelo Søren Sveistrup, o criador da The Killing original (Forbrydelsen), que fez bastante sucesso em 2007/2008 e foi adaptada para a versão americana que fez sucesso em 2011/2012 na própria Netflix. The Chestnut Man inclusive tem um estilo razoavelmente parecido com Forbrydelsen. E a série é originalmente baseado em um livro, escrito pelo próprio Sveistrup, que saiu aqui no Brasil com o título Sombras de Outubro.
O livro e a série são muito bons. Mas a série melhora em muitos aspectos a dinâmica da história e dos personagens. Thulin é mais fria e distante no livro, e na série, ela é mais calorosa. Seu relacionamento com Hess tem uma profundidade maior do que a sutileza mostrada nas páginas. E a série também é mais amena com as consequências do caso nos personagens, especialmente com a Ministra do Bem-Estar Social Rosa Hartung, que é uma peça-chave na trama.
Ouça o podcast sobre a série aqui.
A série é rápida de ser assistida e a investigação é ágil, cheia de reviravoltas. Sveistrup é conhecido por usar muitos arenques vermelhos, as pistas falsas que mudam a direção do enredo e desviam a atenção do público. E ele usa bastante aqui, assim como usou à exaustão em Forbrydelsen. Mas ainda assim, a trama flui muito bem. E as reviravoltas são muito boas.
The Chestnut Man é mais um ótimo acerto do noir nórdico. E mais uma ótima série do gênero disponível na Netflix.
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