Homem de Ferro (2008), Jon Favreau.
Tony Stark é um gênio, bilionário, playboy, filantropo, como ele mesmo se define, inspirado no que é quase uma mistura entre Howard Hughes e Hugh Hefner (ou seria Stan Lee?!). Um personagem inicialmente reprovável, mas que, aos poucos, vai se transformando em um herói carismático, especialmente com aquele cavanhaque safado e seu tom despreocupado mesmo nos piores momentos.
Durante uma viagem ao Oriente Médio, ele sofre um acidente com uma bomba. Stark sobrevive à explosão, mas estilhaços da bomba permanecem ameaçando seu coração. Durante seu cativeiro, nas mãos da organização terrorista Dez Anéis (nome pensado especialmente para quem espera ver o Mandarim), Stark é obrigado a construir uma poderosa arma, porém, ao invés disso, ele cria um sistema de suporte para seu coração junto com uma armadura. Apesar de rústica e limitada, Stark consegue usá-la para fugir, e se tornar um novo homem.
Homem de Ferro é todo feito em cima de seu personagem principal, complexo e cativante, que começa como um empresário mesquinho que tira lucro da venda de armas, se desenvolve, muda um pouco, e termina como um grande herói dentro de uma impressionante armadura vermelha e dourada. Sem dúvida, um começo promissor para a bem-vinda Marvel Studios.
Jon Favreau, que aparece em cena como o motorista gente boa Happy Hogan, trabalha bem o desenvolvimento de Tony Stark, mais ou menos como acontece em Batman Begins, que é mais focado no homem, não no herói. Robert Downey Jr. é perfeito como Stark, aprisionado na poeira, trabalhando em segredo em busca de liberdade, sob ameaça de morte e transformando suas limitações em puro triunfo. Favreau investe nesse momento do enredo, sabe que é nessa história de origem em que seu personagem vai crescer, e permanece um bom tempo sobre esse momento. Não à toa que é a parte mais legal do filme, da chegada ao cativeiro até a concepção final da armadura Mark 3, passando pela prateada Mark 2.
Os efeitos visuais ajudam bastante, aplicados em cada detalhe e em cada parte mínima da armadura se configurando e se adequando ao corpo de Stark. O visual é uma parte importante de Homem de Ferro, e motivo pelo qual o herói demorou tanto a chegar ao cinema. Claro que há o fato de que ele nunca foi um herói tão reconhecido como o Homem-Aranha ou os X-Men. Mas com os direitos de filmes do Aranha e dos mutantes com outros estúdios, a Marvel Studios decidiu trabalhar seus filmes com o que tem nas mãos. E agora é a chance do Homem de Ferro brilhar. E ele brilha! Brilha muito! Com uma trilha sonora vibrante de AC/DC e Ramin Djawadi.
Depois da construção da Mark 3, o filme se torna mais básico, do tipo herói salva mocinha, Pepper Potts, e herói enfrenta o vilão, Obadiah Stane. Com os holofotes todos sobre Stark, não sobra muito espaço para explorar os demais personagens, que funcionam apenas como elenco de apoio. Dentre eles, apesar de aparecer pouco, Jim Rhodes, melhor amigo de Tony, é o personagem que melhor funciona como apoio. Você que sabe que o Rhodes vai se tornar o Máquina de Combate já começa a torcer pra que chegue logo uma continuação e ele apareça vestindo a armadura cinzenta.
Ouça o podcast sobre o Homem de Ferro aqui.
Homem de Ferro é o tipo de filme de super-herói que eu curto, com um herói carismático vestindo um traje super-poderoso maneiro, e ainda ajuda que todo o processo de construção da armadura é mega divertido e os efeitos visuais são incríveis.
E ainda termina com a indicação de que algo SENSACIONAL está começando. A Marvel Studios promete que o melhor ainda está por vir. Tony Stark não é o único herói do mundo.
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