Foto de Christiano Rubin.
Não tem jeito… o Brasil virou ponto de encontro do cinema internacional. O desembarque mais recente em terras brasileiras foi o filme Os Pinguins do Papai (Mr. Popper’s Penguins, 2011), que o ator Jim Carrey veio divulgar no Rio de Janeiro. O ator chegou na coletiva sorridente e dançando, esbanjando bem seu estilo extrovertido de ser. Durante toda a entrevista, ele fez caretas, imitou vozes e sempre brincava com os jornalistas que lhe dirigiam perguntas.
Na coletiva, realizada no Copacabana Palace, o ator canadense contou seus motivos para vir lançar seu filme na Cidade Maravilhosa — “A primeira razão era para vir aqui e dizer ‘oi’ para pessoas sempre tão amáveis como os brasileiros e dizer que ‘nós amamos vocês’ (referindo-se à Hollywood). Em segundo, vem a divulgação do filme. Quando me deram a ideia de lançar o filme aqui, eu adorei. Quando eu era criança, fiz um projeto de escola com uma maquete do que seria o Rio de Janeiro e tem sido legal poder conhecer o Rio verdadeiro e visitar os lugares que imaginei. É uma experiência incrível”. Carrey também expressou desejo de conhecer outros pontos de Brasil, especialmente a Amazônia — “Gostaria de ser caçado por um monte de gente na floresta, só por alguns minutos, como um esporte”, disse o ator numa das muitas piadas que ele soltou durante a entrevista. Ele, inclusive, não descartou a possibilidade de, no futuro, filmar alguma coisa no país — “Fico feliz em viajar ao redor do mundo e seria divertido. Gosto de conhecer outras culturas. Eu encontro várias pessoas nas viagens e, mesmo aqueles mais carrancudos ou com cara de mal, abrem um sorriso quando me veem. É bom chegar num lugar e ver que seu trabalho é reconhecido”.
Sobre o longa Os Pinguins do Papai, Jim Carrey explicou como foi atuar com pinguins, que ele descreveu como animais bastante imprevisíveis — “Eu carregava peixes por todo lugar, nos bolsos do casaco e onde mais pudesse guardar. Mas, eles não diferenciam dedos de peixes. São bichos amáveis, mas qualquer coisa pequenina, eles querem comer”, disse o ator, que levou várias bicadas no set de filmagem. Apesar disto, Carrey explicou porque não escolheria outro animal com quem contracenar — “Os pinguins têm uma ligação especial com as crianças. São animais estranhos e todos nos sentimos estranhos quando somos crianças”. Para o ator, trabalhar em filmes como este, adaptados de livros, também é uma ótima oportunidade de crescimento para si mesmo e para as crianças, que podem ser inspiradas à leitura — “Todos os filmes são uma jornada para mim, não existe um meio certo para isto. Ler é um momento importante para as crianças”. Ele completou falando de seu amadurecimento profissional — “Quando você faz um filme para crianças, também é necessário explorar algo que toque os sentimentos dos adultos. Eu mudei muito e estou um pouco mais sábio do que já fui um dia. Temos que expor o lado dos adultos, mas eu tento não perder meu lado infantil”. O filme Os Pinguins do Papai é uma adaptação do livro infantil Mr. Popper’s Penguins (1938), escrito por Richard e Florence Atwater.
Jim Carrey, que está com 49 anos e já é avô (como lhe foi gentilmente lembrado durante a coletiva), também lembrou de seu passado, quando ainda estava aprendendo os trejeitos e as caretas que o deixaram famoso — “Meus pais me puniam quando eu fazia coisas erradas e me trancavam no quarto. Foram as épocas mais criativas da minha vida, porque eu criava várias caretas, vozes, histórias e personagens na frente do espelho. Depois, quando meus amigos vinham me visitar, eu mostrava para eles”. Para terminar, ele falou sobre seus projetos para o futuro, como as possíveis continuações de Debi & Lóide: Dois Idiotas em Apuros (1994) e Todo Poderoso (2003) — “Eu nunca me concentrei muito nestes personagens depois dos filmes. A única continuação que fiz foi Ace Ventura 2. Porém, tantas pessoas me pedem uma continuação de Deb & Lóide que pode dar certo. Mas, tenho muitos projetos e talvez não aconteça agora”.
Em Os Pinguins do Papai, Jim Carrey interpreta Sr. Popper, um homem ambicioso e frio que vê sua vida do avesso e reencontra valores familiares graças a seis pinguins que recebe como herança de seu pai. O filme lembra muito outro sucesso do ator, O Mentiroso (1997), mas com pinguins no lugar do desejo mágico de aniversário.
Redes Sociais