Foto de Christiano Rubin.
O Legado Bourne estreia essa semana, dia 7 de setembro, e traz como principal antagonista o ator Edward Norton, que interpreta o Coronel Eric Byer.
Dirigido por Tony Gilroy (Conduta de Risco), o spin-off conta a história de um herói completamente novo, Aaron Cross (Jeremy Renner), um agente que se vê envolvido numa conspiração desencadeada pelos acontecimentos dos três primeiros filmes. Jason Bourne (Matt Damon) foi apenas o estopim de algo maior.
Norton esteve no Rio de Janeiro em junho para o evento Rio+20 como Embaixador da Boa Vontade do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. E aproveitando sua passagem por aqui, ele nos concedeu uma entrevista sobre sua participação no quarto filme da franquia Bourne.
Você pode nos contar um pouco sobre a conexão entre O Legado Bourne e o universo da franquia Bourne?
Acho que é como uma flor que continua se abrindo e se expandindo. Não é um recomeço, é uma extensão do mundo onde se passa a história. Vai ser uma expansão onde poderemos ver coisas acontecendo paralelamente à história de Jason Bourne e como a história de Jason criou um efeito dominó para outras histórias. A forma como Tony Gilroy (o diretor) escreveu essa história é bem próxima das outras, mas também tem bastante conteúdo próprio.
Quem é exatamente seu personagem, Eric Byer?
Tony mandou um memorando para todos sobre o que podemos ou não falar. Então, eu acho que todos os personagens, tanto meu como de Jeremy Renner ou dos outros, são diferentes peças num mesmo sistema, nesses programas obscuros do governo. Tony quer que esses personagens sejam um mistério. Mas eu acho que pode dizer que Tony tem uma abordagem bastante realista dos personagens; eles não são exatamente bons ou maus.
O que você pensa sobre a visão de como as grandes corporações afetam nossa sociedade como normalmente podemos ver nos filmes da franquia Bourne?
É o tipo de coisa que Tony Gilroy gosta de explorar em suas histórias. Ele é o roteirista dos outros Bournes e esse ele também escreveu além de dirigir. Em quase todos os filmes que ele faz, Tony gosta de aproveitar essa ideia de controle de grandes corporações e corrupção corporativa. É uma das coisas que eu gosto nele, ele continua perseguindo essa ideia, o que torna esse filme muito contemporâneo e relevante nessas questões.
A tecnologia e a internet mudaram a forma como o público vê os filmes hoje em dia; você acha que Hollywood está preparada pra essas mudanças?
Acho que é bem perceptível que a maioria das indústrias antigas, da música ou do cinema, não estão preparadas, pois eles já perderam boa parte de seu negócio. O modelo tradicional de negócio na indústria cinematográfica não conseguiu antecipar essa nova forma de distribuição empregada por outras empresas que estão chegando e se apropriando desse negócio, como Apple ou Netflix, com formas de negócio que vão além das salas de cinema. Então, eu acho que a indústria já perdeu bastante posição, mas não acho que seja uma coisa ruim, pode ser ruim para o sucesso das empresas que estão ficando pra trás, mas é bom para os consumidores e fãs, porque mais pessoas têm mais acesso a mais filmes por menos dinheiro do que antes, o que é ótimo. Por exemplo, o filme brasileiro Tropa de Elite 2 tornou-se um grande fenômeno nos EUA fora dos cinemas porque se tornou muito popular no iTunes. Eu assisti ao filme assim. Eu gostei muito de Tropa de Elite 2!
O que você acha do cinema brasileiro?
Pra mim, é como em qualquer outro país. Eu acho que não há diferença entre nacionalidade, o que há é filme bom e filme ruim. Como eu disse, acho que é mais fácil ver mais filmes de fora dos EUA por causa das facilidades que temos hoje em dia e isso ajuda na divulgação do filme internacionalmente. Eu acho que o Brasil tem uma incrível tradição no cinema e cineastas talentosos.
Você está trabalhando numa minissérie para a HBO em parceira com a empresa de Brad Pitt; você pode falar alguma coisa sobre isso?
É uma história famosa sobre dois exploradores americanos, chamados Lewis e Clark. Nos EUA, durante a infância, todos aprendem sobre esta história na escola, sobre esses dois exploradores que fizeram a primeira grande expedição pelo continente norte-americano indo até a costa do Oceano Pacífico e voltando. É uma grande aventura e desenvolvemos essa minissérie para HBO e está caminhando devagar. Esperamos começar a fazer no próximo verão (por volta de julho de 2013). Chama-se Undaunted Courage (algo como Coragem Destemida), é o nome do livro sobre os expedicionários.
Sobre outro projeto recente, como foi a experiência de trabalhar com Wes Anderson no filme Moonrise Kingdom?
Fantástica! Wes é um dos meus cineastas preferidos e seus filmes são muito especiais pra mim. Eu o conheci rapidamente e ele sabia que eu faria qualquer filme dele, eu estava só esperando pela ligação. E quando ele ligou, eu fiquei bastante feliz. Moonrise Kingdom é um filme agradável com um grupo de pessoas adoráveis. É interessante porque adultos vão querer assistir com as crianças e eu acho que vamos nos surpreender com a resposta das crianças ao filme.
E você se considera um escoteiro como seu personagem em Moonrise Kingdom?
Depende da semana. (Risos)
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