Tenho questões com o tempo, marcação de hora e afins. Não vejo as horas em relógio de ponteiro com muita precisão, me confundo com fuso horário, não compreendo muito bem essa coisa de viagem no tempo. Todo reveillón fico tensa porque acho que a Austrália está dando spoiler no ano que começou. Se eu tô aqui no hoje, como esse povo já tá celebrando o amanhã?
Começou com De Volta Para o Futuro, pra mim era confuso mas deu pra pegar o enredo. Eu era criança e, talvez, a mente mais descansada tenha auxiliado no entendimento da trama. O Michael J. Fox era amigo de um cientista maluco e ia parar no passado a bordo de um DeLorean. Aí obviamente ele tomava cuidado para não alterar nada, evitando assim refletir no futuro. Fez sentido. Veio a sequência, aí ele ia pro futuro mesmo, depois voltava pro passado e no final chegava mais no passado ainda. Parei aí. Nunca vi o terceiro filme e não faço ideia de que ano tudo terminou, começou ou continuou.
Juro que tentei mas nunca consegui captar. Em algum momento entre Brad Pitt muito louco e Bruce Willis de peruca, eu me perdi e criei um bloqueio absurdo. Ouvi dizer que virou série de TV e eu te pergunto: pra que mexer no que tá quieto? Não dá pra deixar o meu trauma de infância lá na década de 1990 não, gente? Nem me atrevi a descobrir onde passa, não adianta. Se não entendi antes com inúmeras tentativas, cortado em episódios é que não vai rolar mesmo.
Eis que chega Efeito Borboleta. Aí bugou. Realidades alternativas, apagões e o Ashton Kutcher tirando a concentração. Mais um pro trauma. Insisti em Lost e não entendi o final depois de 7 anos acompanhando. Não ri de mim não que o negócio foi sério. Aliás, convido para um chopp quem estiver disposto a me explicar o final da série. Há pouco tempo pensei em rever tudo, mas a vontade passou rápido, só um surto momentâneo. Tentei assistir O Exterminador do Futuro. Não deu. Só ficaram na memória o hasta la vista e o moço de metal derretendo. Meia Noite em Paris não achei confuso, só ruim mesmo, mas deve ser porque eu não gosto do Woody Allen e nem do Owen Wilson.
Feitiço do Tempo eu amei, achei fácil, era um cara preso num dia só. Parece a minha vida atualmente. A Incrível História de Adaline além de lindo trazia um enredo simples e um figurino maravilhoso que ia passeando pelo tempo. E foi só. Ainda tinha uma ponta de esperança de sair dessa confusão mental quando veio o Cristopher Nolan, jogou Interestelar na minha cara e fechou a tampa do caixão. Nunca mais eu conseguiria compreender realidades paralelas, espaço-tempo e comecei a me enrolar até com o horário de verão (tá, essa foi exagero).
Com a chegada da vida adulta, boletos e responsabilidades, passei a entender ainda menos o tempo. O meu dia teoricamente tem 24 horas, mas eu faço uma quantidade absurda de atividades e ainda tenho que encontrar tempo pra tomar banho, comer, dormir. Certeza que ele estica pra umas 36 horas nessa realidade paralela aí. E nessa rotina a assiduidade com o cinema se perdeu. É um luxo parar 2 horas para ver um filme inteiro. Tem que valer muito a pena, ter um elenco que eu goste, recomendação de amigos, algumas críticas favoráveis. E o que eu faço quando começo a ver um filme que não me agrada? Adianto uma das atividades pendentes do dia: durmo. Porque não há DeLorean que vá me fazer voltar duas horas na vida depois de assistir a um filme ruim...
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