D.Gray-man (2004), Katsura Hoshino -anime (2006).
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Um anime/mangá que é bastante popular, mas curiosamente não tem tanta repercussão como outros shonen. É um dos meus animes favoritos. Do tipo que já assisti algumas vezes (e olha que ele é cheio de fillers e eu não gosto de fillers, mas até os fillers são legais).
O que eu mais gosto é a forma como Hoshino usa elementos góticos e violentos como um aspecto atraente e bastante estilizado. Mistura terror, fantasia, mitologia religiosa e ficção científica em um cenário vitoriano fantástico (passado em um final de século 19 alternativo). E o enredo sombrio é muito bem equilibrado com a ação e o humor leve pastelão.
O início é mais focado em “monstros do dia”, com uma história episódica que aos poucos vai apresentando o cenário e seus personagens, Ordem Negra, inimigos, Noés e a caçada às Inocências. E depois vai entrando no enredo principal que é a batalha contra o Clã Noé e os Akumas evoluídos do Conde do Milênio. O arco da batalha em Edo, com o lugar totalmente dominado por Akumas, é muito bom.
Outra qualidade são os personagens bem desenvolvidos. Hoshino explora profundamente seu estilo gótico e isso se caracteriza por personalidades trágicas e repletas de conflitos internos. E todos os personagens são envolventes à sua maneira. Allen Walker é uma espécie de cavaleiro heroico amaldiçoado, e meio pateta carismático. Lenalee é alguém que cuida e que você quer cuidar, a verdadeira alma da história (ou seria o coração da história?), e uma personagem que às vezes sofre tanto que dá angústia. É uma personagem cativante. E eu sempre torço para a relação dela com o Allen engrenar de vez, porque os dois são adoráveis juntos.
São muitos personagens, e a quantidade só cresce considerando que o mangá tá aí desde 2004 e segue em andamento. Vários se destacam. Eu gosto também do Kanda, estoico e poderoso e com sua rivalidade engraçada com o Allen, tem uma história triste e bonita que nós descobrimos durante o aparecimento de Alma Karma. Krory, com seu jeitão de “Conde Drácula” perdido na vida, e Miranda, com seu pessimismo e azar bizarro. Lavi, sempre despreocupado e descolado (mas nem sempre, porque tem um peso imenso em seu trabalho como Bookman). E o mestre de Allen, Marian Cross, que é completamente porra-louca, mas é divertido, e traz um mistério considerável para alguns aspectos do enredo. O desenrolar da história de Allen e sua conexão com o Clã Noé é muito bem-feito.
Uma pena que Hoshino tenha que fazer hiatos constantes no anime/mangá por causa de sua saúde. Ela é uma das melhores artistas em atividade. E essa é uma história que definitivamente merece o favoritismo.
O anime em si não teve uma conclusão, fechando em 2008 no episódio 103. Continuou em 2016 com D.Gray-man Hallow e ainda não terminou. A história segue sendo contada no mangá e eu espero realmente que, com o tempo, novas adaptações em anime sejam feitas.
D.Gray-man é maravilhoso. E vale mencionar ainda as músicas vibrantes de aberturas e encerramentos. Innocent Sorrow e Gekidou, que músicas! Eu sorrio, me divirto, me emociono, me empolgo e me apaixono. É trágico e violento, e maravilhosamente bonito. Como um bom romance gótico. Impossível não ficar apaixonado.
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