A Odisseia dos Tontos

A Odisseia dos Tontos

A Odisseia dos Tontos

A Odisseia dos Tontos (2019), Sebastián Borensztein.

Um filme que é SEN-SA-CI-O-NAL!!! Muito divertido!

Pega como premissa um acontecimento de 2001 na Argentina, o chamado “corralito”, quando o presidente da época (Fernando de la Rúa) impôs um bloqueio bancário que afundou ainda mais o país em uma das piores crises econômicas de sua história.

E conta a trajetória de um grupo de moradores de uma cidade pequena que se organiza para comprar silos abandonados de uma propriedade agroindustrial na intenção de formar uma cooperativa onde possam trabalhar. Só que esses moradores, depois de reunir todo o dinheiro necessário e levar a um banco, acabam sendo vítimas de um golpe e perdem tudo.

Injustiçados e no fundo do poço, eles novamente se reúnem quando descobrem quem foi o responsável por enganá-los, e armam um plano para roubar todo o seu dinheiro de volta.

Uma coisa divertida é que lembra um pouco de Onze Homens e um Segredo na forma descontraída como os moradores se organizam para planejar o roubo e, aos poucos, vão colocando o plano em prática. Tudo é trabalhado de uma maneira bastante leve e agradável, apesar de estar lidando com um tema que é historicamente pesado (a crise econômica).

O personagem principal (Fermín) é interpretado por Ricardo Darín, um ator já bastante conhecido por seu talento e carisma, que se junta a um elenco igualmente afiado e carismático. Eles são todos muito divertidos e bem construídos.

Fermín tem uma relação cativante com a esposa e o filho. Inclusive, o filho é interpretado por Chino Darín, filho de Ricardo Darín, e dá pra ver que há uma cumplicidade familiar entre os dois.

Ouça o podcast sobre o filme aqui.

Aos poucos, acompanhamos a saga desses “tontos” enquanto eles lutam por um pouco de justiça para suas vidas. Porque o filme é basicamente sobre isso: pessoas honestas e trabalhadoras, que estão lutando pelo sustento do dia a dia, e acabam sendo enganadas por causa da má-fé e da corrupção (uma realidade que não é tão distante da realidade de um brasileiro).

No fim, Fermín e seus vizinhos se unem e mostram que, juntos, eles podem encontrar a justiça que merecem. É um filme muito sobre o direito à dignidade. E sobre o direito de recuperar a dignidade perdida. Eu adoro! Recomendo fortemente. O sentimento final é libertador.