Jurassic Park (1993), Steven Spielberg.
Um filme que encanta aquele nosso lado juvenil de paixão pelos dinossauros, um fascínio que é fortemente expressado por Alan Grant ao ver os dinossauros pela primeira vez. Eu ficaria exatamente daquela maneira.
Mas, depois, vem a maturidade e os questionamentos. A magia de Jurassic Park está no que vem além da empolgação de garoto. Há toda uma contradição. Porque você se encanta, se apaixona, mas sente medo, pavor, um suspense poderoso. E no meio desse turbilhão de emoções, ainda sobra espaço para boas discussões e questionamentos sobre ciência e homem versus natureza, sobre egolatria e ganância, sobre a perigosa ignorância de um complexo de Deus.
Neste último caso, do complexo de Deus, a cena mais impactante é quando um cientista fala que nenhum dinossauro pode acasalar e procriar porque são todos fêmeas, Malcolm rebate dizendo que "a vida encontra um meio" e o cientista, surpreso, demonstra que (no auge do delírio de recriar criaturas míticas extintas), em nenhum momento sequer, parou para cogitar e pensar que ~a vida poderia realmente encontrar um meio (o que de fato acontece no filme e, inclusive, leva às continuações (Jurassic Park 2 e 3, que são legais, mas não têm metade do charme do primeiro).
A beleza de Jurassic Park é a magia do jovem que sonha com dinossauros – e do jovem que transforma seus sonhos em realidade com efeitos visuais incríveis (ou engenharia genética).
Mas o que há de melhor no filme é como ele mostra que transformar sonhos em realidade sem medir as consequências (e ponderar se algo que pode ser feito deve ou não ser feito) pode ser uma experiência aterrorizante. É um dos filmes que melhor consegue abordar temas sérios com toneladas de entretenimento. É divertido, emocionante e te inspira reflexões.
Há o medo e há o fascínio. E no meio deste maravilhoso conflito, há um dos melhores filmes já feitos na história do cinema. Com um Tiranossauro Rex – porque, sim, eles têm um Tiranossauro Rex! E isso é lindo. Eu adoro Jurassic Park.
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