A terceira parte da franquia de comédia non-sense Se Beber, Não Case! veio para concluir definitivamente as insanas experiências dos amigos do Wolfpack — ou o bando dos lobos, se você preferir.
Se Beber, Não Case! Parte III (The Hangover Part III) estreou no dia 30 de maio, e aproveitando esse momento de estreia foi realizada no Morro da Urca, Rio de Janeiro, uma coletiva com o diretor Todd Phillips e o elenco: Bradley Cooper, Ed Helms, Ken Jeong, Heather Graham e Justin Bartha. O ator Zach Galifianakis também estava no Rio para divulgar o filme, mas não foi a coletiva porque não conseguiu entrar no bondinho do Pão de Açúcar. Segundo a assessoria, ele tem medo de altura.
Se Beber, Não Case!, como um todo, é uma das franquias de comédia para maiores que mais fez sucesso no cinema atual, com todo o potencial escatológico e non-sense que o cinema hollywoodiano explora há décadas, vide filmes como Porky’s, Quem Vai Ficar com Mary? ou o recente Projeto X. São produções que sempre brincaram com um tipo de humor mais grosseirão e ofensivo, que pode não agradar a todos, mas é inegavelmente engraçado.
A despeito das polêmicas que eventualmente surgem, o diretor Todd Phillips disse não se preocupar com a total falta de noção no humor quando está filmando — “Nunca penso se o filme é politicamente incorreto ou não, acho que Se Beber, Não Case está mais para um filme agressivamente divertido. Acho que se for engraçado, as pessoas riem. Não é questão de ser correto ou incorreto.”
No geral, esse tipo de comédia recebe uma classificação R-rated, e crianças menores de 17 anos podem assisti-las apenas quando acompanhadas dos pais ou de algum adulto responsável. Sobre seu gosto por fazer comédias para maiores, Phillips disse — “Eu acho que as comédias para maiores têm grande valor, e tem um grande valor estarmos encarregados de trazer mais risadas ao mundo. Acho que esse tipo de filme trabalha num outro nível.”
Na verdade, segundo o diretor, a intenção com esse humor non-sense é justamente fazer os personagens pagarem por seus deslizes. Com o terceiro filme, Phillips resolveu quebrar a fórmula com a qual trabalhou nos dois primeiros, trazendo uma história nova e focada no personagem mais insano de todos — “Nos dois primeiros filmes tínhamos uma estrutura, isso era intencional. Quer dizer, isso pode acontecer com as mesmas pessoas duas vezes, de forma similar. Mas no terceiro filme, nós pensamos em focar no personagem Alan (Zach Galifianakis) e nesses caras tendo que pagar por seu comportamento e seus pecados nos filmes anteriores. Não queríamos esquecer isso, por isso a intenção com esse filme é ver esses caras pagando pelos seus pecados, e o personagem Mr. Chow (Ken Jeong) é uma peça importante nisso porque ele representa o diabo.”
Ken Jeong falou um pouco sobre seu personagem ganhar mais destaque ao longo da franquia — “Fiquei contente por voltar ao terceiro filme, pois Chow vai preso no segundo filme, e poder voltar é um sonho se tornando realidade. Eu costumava ser médico e só fui atuar para ter algumas linhas de diálogo no filme, por isso, pra mim, estar no filme dessa forma vai além do surreal.” Ele ainda disse que a voz e o sotaque do personagem são inspirados em sua esposa, e completou — “Eu tenho um lado insano e atuar realmente me ajuda a expressar isso, especialmente com personagens como Chow, que é meu personagem preferido para interpretar por seu senso de humor e pelo processo criativo para construir um personagem tão divertido. Eu nunca tinha pensado em atuar até alguns anos atrás e foi minha esposa que me encorajou, e foi ela que me deu confiança para seguir nessa carreira durante todo esse tempo todo.”
De volta ao diretor, Phillips comentou sobre este ser o último filme da franquia — “Isso é definitivamente o fim, porque essa conclusão é sobre Alan, um personagem totalmente engraçado que permanece o mesmo e age como se estivesse fora do mundo; e para nós, Alan realmente precisava encontrar outra pessoa que estivesse nesse mesmo nível, e essa é a personagem da Melissa McCarthy. Então, essa parte eu sinto que está concluída e é essa a razão pela qual não pensamos num Se Beber, Não Case 4.”
Curiosamente, um pouco depois, um dos jornalistas perguntou se havia sido cogitada a possibilidade de Jade terminar casada com Stu (Ed Helms). Heather Graham brincou dizendo que estava feliz com seu doutor, e que provavelmente não tinha acontecido porque ela era uma prostituta [risos]. Helms completou dizendo que um casamento entre os dois personagens viria com um preço um tanto quanto bizarro, considerando todas as coisas estranhas que sempre acontecem com seu personagem, e no final, brincou dizendo — “Quem sabe no Se Beber, Não Case 4!” Pois é, quem sabe!
Também perguntei sobre um possível spin-off, e Phillips respondeu — “Não dá pra saber, não é algo que esteja nos meus planos agora.” Fiz essa pergunta por causa dos rumores que surgiram na internet sobre um possível spin-off para a franquia, que seria focado em Mr. Chow e poderia até ter participações de Alan e Cassie, personagens de Zach Galifianakis e Melissa McCarthy.
Por ser o final, muita gente esperava ver Mike Tyson de volta no filme, mas não rolou — “Adoramos o Tyson e ele é uma grande parte da franquia Se Beber, Não Case, mas ele não se encaixava na história. Até falamos com ele, mas ele não tinha espaço dessa vez.” Ao invés disso, eles trouxeram o bebê do primeiro filme de volta, agora crescidinho; e segundo Todd Phillips não foi difícil encontrar o garoto — “Bem, Carlos ficou escondido durante anos por causa do constrangimento [risos], e eu tive que rastreá-lo. Brincadeira, ele é meu amigo no facebook, então só tive que mandar uma mensagem pra ele.” [mais risos] No primeiro filme, o ator-mirim Grant Holmquist e sua irmã gêmea, Avery, interpretaram o bebê filho de Jade (Heather Graham) que Alan carregou pra cima e pra baixo durante boa parte da história. Agora, Holmquist volta sozinho para uma participação rápida como “Carlos”.
Desde o segundo filme, eu tinha uma pergunta na minha cabeça, e que eu aproveitei aquele momento com todos os atores reunidos na coletiva para ver respondida…
É um fato que os caras de Se Beber, Não Case! estão sempre enfrentando criminosos, mas e se lutassem contra o crime? Se o Wolfpack fosse um grupo de super-heróis, quais seriam seus superpoderes?
Os atores pensaram um pouco, mas Helms praticamente conduziu as respostas de cada um e garantiu boas risadas. Segundo ele, Stu seria capaz de transformar seu corpo em qualquer coisa (perfeito!); Todd respondeu por Zach e disse que Alan teria o poder de comer e fugir habilmente de coletivas de imprensa (espertinho!); Heather Graham respondeu por Bradley Cooper, dizendo que Phil seria capaz de derrubar paredes (o que ele realmente faz no filme); para Justin Bartha, seu personagem Doug seria tipo um homem-espelho, que reflete tudo o que você pensa sobre si mesmo (profundo isso!); e Jeong concluiu dizendo que Chow não seria um super-herói, e sim um supervilão, provavelmente chamado Cocaine-Man (Homem-Cocaína, sensacional!).
Obrigado ao Borbs, do Judão, que fez a pergunta pra mim. Infelizmente, durante a coletiva, cada veículo só podia fazer uma única pergunta, e eu já tinha feito a minha quando perguntei sobre o quarto filme e o spin-off. Infelizmente também, isso não foi avisado no início da coletiva, só me avisaram na hora que fui pedir o microfone pela segunda vez. O Borbs estava do meu lado na hora, e aceitou fazer a pergunta por mim.
Assim a coletiva caminhou para o seu final, em meio a risadas e um pouco de saudosismo. Até hoje me lembro da sensação de ver o primeiro Se Beber, Não Case! e da overdose de risos que tive ao ver as fotos ensandecidas que eles mostraram nos créditos. Os caras foram realmente super-heróis da comédia, e têm todo o meu respeito pelo tanto de diversão que me proporcionaram. Se Beber, Não Case! Parte III parece mesmo ser o final dessa saga cômica, mas assim como super-heróis morrem e ressuscitam toda hora, nunca se sabe quando o Wolfpack pode se juntar novamente para outra aventura.
Como os próprios atores disseram — “Vamos sentir falta da amizade e do espírito de colaboração desses caras, que é realmente incrível” — Pois é, nós também vamos sentir falta disso.
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