A Morte te dá Parabéns

A Morte te dá Parabéns

A Morte te dá Parabéns

A Morte te dá Parabéns (2017), Christopher Landon.

A premissa é bastante simples e eficiente. Pegue as ideias de Pânico e jogue no universo de Feitiço do Tempo (que é obviamente inspiração aqui e citado no fim do filme). Pronto, temos o sensacional A Morte te dá Parabéns!

É um filme que, num primeiro olhar, tinha grandes chances de dar errado. Mas ele sabe não se levar a sério demais e, por isso mesmo, funciona que é uma beleza! Aliás, exatamente como Pânico fez. Todos os elementos clássicos do subgênero slasher estão na história e são bem usados. São até razoavelmente remexidos por causa do elemento principal: a viagem no tempo. A Morte te dá Parabéns ainda é um filme de horror. Mas é surpreendentemente agradável e divertido.

E a proposta é ser divertido mesmo! Alguns filmes de horror sofrem quando se tornam divertidos. Mas aqui isso é bom.

O projeto é idealizado pela toda poderosa do terror atual Blumhouse, que está por trás de Atividade Paranormal, Uma Noite de Crime, Corra e muitas outras franquias bem-sucedidas. Ou seja, eles sabem onde põem as mãos. Por sua inspiração em Feitiço do Tempo, o filme tem uma coisa sutil de anos 1990, do tipo de terror que se fazia na época. Mas brinca com isso. A própria Final Girl da história é adequada ao gênero, mas também subverte as convenções. Tree é bem-humorada em sua tragédia e alterna isso bem com a raiva e a frustração de morrer toda hora e reviver o dia sem parar. Cada vez que ela morre, revive o dia, morre de novo e revive o dia de novo, mais divertido fica acompanhá-la, por causa da forma como ela lida com as mortes e as tentativas de descobrir quem é o assassino. Mas ela sabe ser hilária e tensa na medida certa. Jessica Rothe está ótima e o assassino com máscara de bebê (Baby Face) é uma adição bem-vinda ao rol de assassinos bizarros do slasher.

O filme ganhou uma continuação, que não tem o elemento novidade do primeiro, mas ainda é divertido. É um pouco mais absurdo nas ideias, mas não chega a incomodar. A continuação assume seus riscos e funciona bem pra franquia, porque mantém o que faz a história ser tão legal.

A Morte te dá Parabéns não se envergonha de jogar Tree nas situações mais insanas e deixar que ela aprenda a se virar pra sair delas. E usa todos os artifícios clássicos de filmes de terror que pode usar sem medo: passagens subterrâneas desertas, caixas de música macabras, estacionamentos vazios, hospitais soturnos, adolescentes fazendo adolescentices. E nos momentos certos, rola uma sanguinolência. Muita gente às vezes confunde o título em português e chama o filme de A Morte TÁ DE Parabéns. Mas se há uma forma legal de falar deste filme, é essa: A MORTE TÁ DE PARABÉNS!