Marcella

Marcella

Marcella

Marcella (2016), Hans Rosenfeldt.

Depois de 12 anos de casamento, Marcella Backland decide voltar ao trabalho na polícia para lidar com a dor da separação. Ela acaba envolvida em um caso do passado quando um assassino em série volta a cometer crimes. O problema é que, durante as investigações, Marcella sofre apagões constantes desencadeados por traumas e situações de estresse e, além de detetive, passa a ser testemunha e suspeita nos assassinatos.

Ouça o podcast sobre a série aqui.

A série é britânica, mas com todos os elementos de um clássico do noir nórdico. Isso porque o criador, o sueco Hans Rosenfeldt, veio de uma das séries mais importantes do noir nórdico, The Bridge. E todas as coisas que ele explora em The Bridge, ele explora em Marcella, só que de formas ainda mais pesadas e intensas. Marcella é uma personagem foda. Porque apesar de ser uma detetive muito competente, é uma narradora não-confiável. Isso aumenta o suspense. Nunca sabemos se Marcella é realmente a heroína da história, se é culpada ou inocente. Ela sofre de Transtorno Dissociativo de Identidade (que pode ou não levar uma pessoa a desenvolver múltiplas personalidades) e tem apagões em que se torna agressiva e violenta. Então, nunca sabemos o que ela é capaz de fazer. A atriz Anna Friel é espetacular e passa toda a angústia da personagem nas expressões. Você sofre junto com ela. A história tem várias reviravoltas e a própria Marcella é uma reviravolta ambulante. Foge completamente do padrão de histórias de detetive.

Marcella é uma mulher comum tentando superar seus problemas como qualquer pessoa, tentando lidar com questões de família e com um ex-marido que é uma completo babaca (e ele faz questão de ser babaca mesmo quando ela salva a vida dele, puta que pariu!). A complexidade de personagem e o suspense constante fazem a série valer muito a pena. Um puro exemplar do noir nórdico. Já é uma das minhas séries favoritas.