Ghost in the Shell (1989), Shirow Masamune -anime (Mamoru Oshii, 1995).
Obra de 1989 criada por Masamune Shirow que conta a história da Major Motoko Kusanagi, uma cyborg que trabalha para a Seção 9, uma divisão especializada no combate a crimes cometidos com o uso de tecnologia. Ghost in the Shell começou como um mangá, e em seguida, deu origem a duas adaptações como animes em filme, em 1995 e 2004, bem como jogos de videogame, uma série de TV intitulada Ghost in the Shell: Stand Alone Complex em 2002 e uma série de OAV chamada Ghost in the Shell: Arise em 2013. A história acontece por volta de meados do século XXI, em um mundo cyberpunk onde ameaças de criminosos cibernéticos são constantes.
Ghost in the Shell é só uma das grandes obras-primas da ficção científica e do cyberpunk. O filme de anime de 1995 sempre fez mais sucesso no Brasil (na época com o título traduzido “Fantasma do Futuro”) porque o mangá demorou muito para sair por aqui (foi lançado apenas em 2016 com uma edição encadernada de luxo muito bonita da JBC).
Eu gosto bastante do mangá, especialmente porque o Masamune usa e abusa do conhecimento científico nas notas de rodapé e isso torna as coisas mais divertidas (inclusive quando ele usa licenças poéticas nas cenas e depois se autocorrige nas notas mostrando que as coisas não são bem daquela maneira). O mangá é cheio de ação, bem-humorado e descontraído.
Mas confesso que meu grande amor por Ghost in the Shell é o filme de anime do Mamoru Oshii, principalmente seus questionamentos filosóficos e psicológicos sobre o conflito humanos vs. máquinas e até que ponto ambos são capazes de conviver em harmonia ~além do cogito ergo sum do Descartes que surge no questionamento constante sobre existir e sobre o que é de verdade ser humano.
O anime é bem mais denso e contemplativo do que o mangá, e foca em contar uma única história, a do Mestre das Marionetes, uma das principais do mangá. As tomadas longas que o Oshii faz no filme, mostrando a vida na cidade futurista e nos ambientando no universo, são maravilhosamente imersivas.
A própria Motoko é mais densa e séria no anime do que no mangá (ela é mais à flor da pele no mangá). É uma personagem fantástica, forte e valorosa, extremamente sagaz e competente como investigadora e para liderar sua equipe. E a relação dela com o Batou, seu parceiro e melhor amigo, é emocionante.
Ouça o podcast sobre o anime aqui.
Eu sou apaixonado por Ghost in the Shell. Tem lugar cativo no meu coração ali junto com Akira. Quem me conhece sabe que, como alguém que cresceu nos anos 90, sou apaixonado por cyberpunk, e esses dois animes são grandes responsáveis por isso. E o mais legal é que Ghost in the Shell, com todos os seus questionamentos, continua muito atual. E é mais sensacional ainda porque hoje Matrix só existe por causa de Ghost in the Shell. Como não amar?
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