Rainha de Katwe

Rainha de Katwe

Rainha de Katwe

Rainha de Katwe (2016), Mira Nair.

Ouça sobre o filme: podcast

Aproveitando o embalo de Queen’s Gambit e do sucesso que a série fez na Netflix, me lembrei de um filme com a temática do xadrez que é maravilhoso.

Um filme da Disney que não tem cara de filme da Disney, que foi lançado em poucos cinemas em uma estreia limitada e passou mais em festivais, e por isso não é muito falado. Muita gente não conhece Rainha de Katwe, mas é um filme muito bom que eu adoro.

Conta uma história real baseada numa personalidade real do mundo do xadrez, que é a Phiona Mutesi. Ela cresceu em uma comunidade pobre de Uganda, que é um dos países mais pobres da África. A comunidade, inclusive, é que dá nome ao filme, Katwe, que fica na capital de Uganda, Kampala. Aos poucos, a história vai mostrando a pobreza e a necessidade de sobrevivência de quem vive naquele lugar. A Phiona é filha de uma mulher que tem outros três filhos, mas perdeu o marido e precisa dar um jeito de sobreviver, então ela coloca os filhos para vender milho nas ruas. E o filme vai mostrando muito como é essa realidade e essa dificuldade às vezes até para ter um teto onde dormir, porque é difícil ter uma casa.

Ao mesmo tempo, somos apresentados a um professor idealista que deseja fazer algo de bom para a comunidade e cria uma espécie de clube de xadrez, um tipo de projeto social, onde sem querer a Phiona vai jogar e acaba sendo descoberta. E quando ele percebe que ela é uma grande jogadora, começa a ensinar, investir e levá-la para torneios junto com outros jogadores mirins do projeto.

É um filme emocionante e encantador, com grandes atores. A mãe da Phiona é a Lupita Nyong'o, comovente em cena. E o professor é o David Oyelowo, conhecido por fazer o Martin Luther King no filme Selma, um cara com um carisma inspirador na história de Phiona.

Rainha de Katwe mostra bastante do universo do xadrez também, mas não é tão focado nos detalhes e regras do jogo como a série Queen’s Gambit. Foca mais na jornada da Phiona, e por isso mesmo é um grande filme. Vale muito a pena.