Arcane (2021), Christian Linke e Alex Yee.
Uma grata surpresa da Netflix e uma das melhores coisas em termos de série e animação que eu já tive o prazer de assistir. Lançada em parceria pela Netflix e pela Riot Games, é baseada no universo do jogo League of Legends. Só que a melhor coisa da série é que você não precisa ter jogado o jogo para aproveitá-la. Eu mesmo não sou jogador e fiquei perdidamente apaixonado por esses personagens fantásticos e por esse mundo repleto de magia, tecnologia e conflitos sociais.
Fazia muito tempo que eu não ficava tão empolgado assistindo a uma série. E eu fiquei muito -MUITO- empolgado!
Arcane apresenta inicialmente uma prequel do League of Legends, enquanto aos poucos a história vai se configurando de uma maneira aos personagens se tornarem os campeões que aparecem no jogo.
A história se passa na parte de cima da cidade de Piltover e na subferia chamada Zaun, a parte de baixo onde as pessoas vivem em condições mais precárias. O embate constante entre Zaun e Piltover é o que estimula os conflitos e questionamentos sociais que impulsionam o enredo.
É uma série que definitivamente sabe usar as ferramentas que tem, tanto em termos de narrativa visual, mas também em termos de desenvolvimento de história e aprofundamento dos personagens. A história é bastante simples, feita de maneira extremamente simples, direta e reta.
A animação é excepcional, com cenas de ação arrasadoras, combates empolgantes, e um visual único e deslumbrante. O estilo de arte mistura o 3D com o 2D em cenários e personagens extremamente fluídos, com cores que lembram muito uma pintura. Os nove episódios de 40 minutos, divididos em três atos, comportam muito bem a trama e todas as suas ramificações. É uma série feita para ser degustada com calma. Você pode maratonar, mas a experiência é muito melhor quando você a assisti pouco a pouco aproveitando cada minuto desta que é uma verdadeira obra-prima da animação.
Eu adorei muito a série! Não consegui encontrar um defeito.
Eu gostei principalmente de alguns arcos de personagens, como Jayce e Viktor, que são dois cientistas tentando dominar a magia através da tecnologia. Eles acabam entrando em certos conflitos por causa do avanço tecnológico e das implicações disso na sociedade. É muito boa a forma como esses personagens e esse desenvolvimento tecnológico é mostrada, inclusive a ascensão e queda de alguns personagens na história.
Mas minhas personagens preferidas são definitivamente a Vi, a Powder (que depois se torna a Jinx) e a Caitlyn, três personagens fantásticas com um arco emocional poderoso, especialmente a Vi e a Caitlyn que formam uma dupla maravilhosa que eu adorei do início ao fim. Elas são também uma dupla inusitada, considerando que a Vi tem extrema repulsa por oficiais da lei e a Caitlyn é uma oficial da lei, e aos poucos elas vão desenvolvendo uma amizade envolvente e cativante. O que acaba entrando em conflito com a Jinx, que é o sinônimo do caos na série por causa da raiva que ela tem do passado, e por causa de um misto de vulnerabilidade, loucura e medo de ficar sozinha.
A Jinx é uma espécie de coringa. A coisa mais imprevisível que se possa imaginar. Inclusive a forma como Arcane termina deixando um gancho fenomenal para a segunda temporada tem muito a ver com essa imprevisibilidade que é a Jinx e o conflito dela com a Vi e a Caitlyn. A Jinx é sensacional!
Ouça o podcast sobre a série aqui.
Arcane é toda perfeitinha, toda fechadinha, tudo certo, tudo bem-feito, com uma animação espetacular, visual maravilhoso, e todo um desenvolvimento de tecnologia e magia num universo meio steampunk que é fantástico. Sendo que é muito mais o visual steampunk do que o uso da tecnologia a vapor. A tecnologia é muito mais baseada em magia. Na verdade, está mais para um arcanepunk, já que é um mundo onde a magia e a ciência coexistem. E é justamente esse estilo muito particular que faz a série ser tão charmosa e empolgante. Já é facilmente uma das minhas séries favoritas da vida.
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