The Legend of Vox Machina (2022), Matthew Mercer.
Uma série de animação sensacional! Inspirada numa campanha de RPG do grupo norte-americano Critical Role, formado totalmente por dubladores, que começou a ser transmitida em 2015 através do YouTube, Twitch e outras plataformas de vídeo. O grupo vai construindo a história, desenvolvendo a campanha no Dungeons & Dragons e aos poucos criaram personagens sensacionais em aventuras muito engraçadas e divertidas.
É uma série adulta, com temas adultos, cenas de ação repletas de sangue e violência gráfica, referências sexuais e palavrões. As brincadeiras entre os personagens são típicas brincadeiras que grupos de amigos fazem entre si, muitas brincadeiras pesadas e sem noção, e ainda assim, engraçadas na medida certa. Porque o Critical Role é exatamente isso: um grupo de amigos que se sentou pra jogar RPG e criou uma aventura que foi se desenvolvendo com o tempo.
A história trata de um grupo de mercenários tentando ganhar dinheiro de alguma maneira, que sem querer acabam se tornando heróis de um grande reino.
Os personagens têm um charme especial, muito bem-humorados, mas com dramas complexos por trás de suas personalidades aparentemente descontraídas. Scanlan, um gnomo bardo, é um dos personagens mais engraçados, cheio de carisma depravado e piadas sacanas, com cenas extremamente absurdas. Grog é outro muito bom. Um goliath bárbaro que parece ser o típico brutamontes destruidor, mas é adorável e divertido, e tem uma relação bonita com a gnoma clériga Pike. Aliás, o desenrolar da jornada de Pike e sua crise de fé também é outro grande momento da história. E vale um destaque para Keyleth, a meia-elfa druida que duvida de si mesma e vai crescendo no grupo apesar de inicialmente ser ofuscada pelos outros. Estes quatro são os personagens que mais gostei, embora todos sejam personagens excelentes e muito bem-construídos.
Nesta primeira temporada, há um foco maior na jornada de Percy, mas a série termina com grande potencial para as temporadas futuras. E eu quero ver mais desse grupo de mercenários fodões e meio loucos.
O mais legal de Vox Machina é que eles são um grupo de RPG como qualquer outro, com jogadores zoeiros interpretando personagens cativantes e potencialmente alucinados capazes de tomar as atitudes mais heroicas e estúpidas. E é isso que torna a série tão divertida e envolvente. Pra quem joga RPG há anos, é como ver seu grupo refletido na tela. Porque muitos grupos de RPG são assim. Meu grupo de RPG é exatamente assim, acredite. E eu adoro! Jogamos juntos há anos. E a zoeira nunca acaba hahaha
Ouça o podcast sobre a série aqui.
Na verdade, The Legend of Vox Machina é uma tremenda carta de amor ao RPG. Feita de jogadores para jogadores como muita emoção e empolgação. E é muito bem-feita. Lembra muito os desenhos clássicos dos anos 80 e 90, como Thundercats, He-Man e, claro, Caverna do Dragão. Só que de uma maneira mais sóbria, muito mais madura, e ainda assim, muito engraçada. A própria abertura parece uma abertura de desenho antigo. É tudo incrível. Tudo acertadinho. Dá um calor gostoso na nossa alma de rpgista.
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