DNA do Crime (2023), Heitor Dhalia.
Ouça sobre o filme: podcast
Uma série muito boa, muito bem-feita e muito bem-construída baseada em um caso real que ocorreu em 2017, um grande assalto realizado na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. A história é contada a partir da perspectiva dos policiais federais que investigam o assalto, um grupo liderado por Suellen e Benício. Grande série de drama policial e investigativo.
A história real aconteceu em 2017 e aconteceu basicamente no solo paraguaio e foi sendo conduzida justamente em uma investigação através dessa equipe da Polícia Federal brasileira que aos poucos descobriu que havia um grupo de brasileiros envolvidos no crime e foi desbaratando todo o ocorrido. O caso real foi bastante noticiado, inclusive porque era meio inacreditável a maneira como as coisas aconteceram e o grupo de criminosos conseguiu, durante muito tempo, se safar da perseguição da polícia e demorou até eles serem descobertos e capturados.
A série pega esse drama investigativo para tentar alcançar esses criminosos, constrói uma história ficcional e uma narrativa muito de investigação forense, de recolher pistas, de encontrar aos poucos os rastros para capturar esses bandidos, e nisso vai aprofundando justamente na relação entre os próprios policiais federais com a investigação e com seus próprios dramas pessoais.
A personagem principal é interpretada pela Maeve Jinkings, que é uma atriz fantástica do cenário nacional atual, conhecida pelo filme O Som ao Redor, Aquarius, Carvão, e está também no filme Pedágio, e que eu sempre recomendo qualquer coisa em que ela esteja. Eu inclusive fui assistir a essa série, muito porque eu gosto de séries policiais, mas também por ter esta mulher, porque ela é uma atriz fantástica e a personagem dela, Suellen, que é uma das policiais federais que trabalha no caso, é uma personagem incrível que inclusive trabalha alguns dos conceitos da série por si mesma também, porque essa é uma série sobre atravessar fronteiras e lidar com os dilemas sobre essa travessia de fronteiras. E no caso, a própria Suellen é uma personagem que está ali tentando lidar com as próprias fronteiras, com os próprios limites o tempo todo. Ela é acompanhada pelo parceiro dela, que é interpretado pelo Rômulo Braga, e a dinâmica entre eles é muito boa.
A parceria entre a Suellen, da Maeve, e o Benicio, do Braga, é realmente um dos pontos principais da história, porque eles têm química e carisma como parceiros na investigação. E eles são grandes atores que atuam muito bem dentro do contexto policial da história, cada um com seus próprios objetivos, além de tentar capturar os bandidos que promoveram o roubo. Dois grandes personagens nessa história, que é uma história grandiosa e muito bem contada, que usa o caso real como base para construir sua história de ficção, com sua dose de suspense, sua dose de drama, e que eu recomendo fortemente.
DNA do Crime foi criada pelo cineasta Heitor Dhalia, que também atua como diretor geral. A série tem 8 episódios, é muito direta e reta, e está disponível na Netflix. Vale muito a pena.
Redes Sociais