A Cor Púrpura

A Cor Púrpura

A Cor Púrpura

A Cor Púrpura (2023), Blitz Bazawule.

Ouça sobre o filme: podcast

Uma história que eu sou apaixonado, que adoro tanto pelo livro quanto pelo filme antigo do Steven Spielberg. Gosto muito do original de 1985, que agora ganha uma nova versão muito fortemente inspirada pelo sucesso da Broadway, que já foi vencedor de um prêmio Tony. A Cor Púrpura é uma obra musical fantástica, inclusive totalmente diferente do que é o livro que inspirou isso tudo, escrito pela Alice Walker, que é um livro bastante famoso, só que o livro é muito mais contundente em sua história do que ambos os filmes.

A versão de 1985 já amenizava alguns aspectos da história da personagem principal, a Celie, que lá em 85 era interpretada pela Whoopi Goldberg e meio que levou ela ao estrelato. Essa nova versão traz a atriz Fantasia Barrino, que também está aqui demonstrando que é digna de ser alçada ao estrelato, porque ela é maravilhosa interpretando a Celie.

Esse filme extremamente musical consegue envolver facilmente a gente na história, nas músicas, nas coreografias, em toda a narrativa sendo contada sobre essa personagem que sai de uma vida de servidão em que ela sofre constantes abusos do marido para uma vida de total autodescoberta e crescimento.

E ela é acompanhada por outras duas grandes atrizes: a Taraji P. Henson, que interpreta a Shug Avery, e a Danielle Brooks, que interpreta a Sofia. São duas personagens que ajudam a Sally a lidar com os abusos do marido, um homem que tenta controlar a Celie de todas as maneiras. A Celie inicialmente não consegue escapar disso até que ela vai adquirindo consciência de si mesma e vai aprendendo a escapar de suas amarras.

Lá em 1985 era tudo contado de uma maneira mais direta e reta, numa história que ia sendo encadeada de acordo com os acontecimentos. Mas aqui não. Aqui é tudo música e é tudo musical. E isso torna tudo muito mais emocionante e empolgante. Esse é um filme muito bem-construído e muito bem-feito. Tem uma coreografia maravilhosa, tem referências à obra do Steven Spielberg, incluindo uma referência musical com a canção Miss Celie’s Blues, do Quincy Jones, que é uma música muito boa do filme de 1985 e é cantada aqui também. Isso é muito maneiro porque acaba trazendo aspectos não só do musical da Broadway, mas também do filme original. E, ao mesmo tempo, constrói sua própria história e sua própria identidade.

As atrizes são maravilhosas e possuem uma química juntas que é fantástica. É o trio principal que conduz toda a trama, toda a música e toda a emoção dessa nova versão que vale muito a pena. Para quem gosta de musicais então, é um deleite só. A Cor Púrpura é um filme musical maravilhoso.