Blood-C (2011), Junichi Fujisaku e CLAMP.
Um anime que causa uma primeira impressão errada até que se revela uma história insana de terror e sanguinolência desenfreada. No início, parece bobo. No final, é violento e arrasador.
Desenvolvido por Junichi Fujisaku (Blood+) com arte e história da CLAMP, o anime acompanha Saya Kisaragi, uma garota aparentemente normal, com um jeito desajeitado e gentil. Mas isso é apenas durante o dia. Durante à noite, Saya se torna uma exímia caçadora de demônios que precisa enfrentar monstros antigos conhecidos como Furukimonos. A missão de Saya, contudo, não é apenas o simples extermínio de demônios como pode parecer à primeira vista.
A história começa com toques de comédia escolar e episódios do tipo “monstro do dia”. Saya sempre termina enfrentando e matando um monstro bizarro, o que é um contraste com a Saya que vemos durante o dia. Há sempre muito sangue envolvido. A parte “comédia escolar” se arrasta nos primeiros episódios, o que pode se tornar cansativo. Mas acompanhando a trama com paciência, as recompensas chegam.
A abertura é muito boa e isso ajuda. Normalmente, parto do princípio que animes com boas aberturas tendem a ser bons, mesmo que comecem mal. Não acontece sempre, mas na maioria das vezes é o caso. Blood-C tem uma abertura repleta de imagens alucinantes ao som de Spiral, da banda DUSTZ. E a música é mega empolgante.
O começo é devagar provavelmente para aumentar o impacto do que vem depois. Depois do terceiro episódio, Blood-C começa a ganhar contornos que vão levar à grande reviravolta do final. Porque, como eu disse, há recompensa. E a recompensa é uma reviravolta sensacional!
O final, contudo, não é um final verdadeiro. O anime termina em aberto, para ser concluído no filme Blood-C: The Last Dark.
Blood-C é derivado de Blood: The Last Vampire e Blood+, mas é muito diferente. Possui uma identidade bastante particular. Enquanto a parte da “comédia escolar” se desenrola lentamente, as batalhas de Saya compensam. As lutas são incríveis, ágeis e fluídas, repletas de coreografias, sangue e precisão.
Quando tudo muda, o anime se torna uma loucura foda de violência desenfreada. Uma tremenda história de terror. Há inclusive uma atmosfera de terror psicológico que vai se desenvolvendo através dos monstros devoradores de humanos que espreitam nas sombras e parecem imbatíveis. Os Furukimonos são fortemente inspirados nos Grandes Antigos de HP Lovecraft. Mas também há inspirações nos clássicos yokais e bakemonos da cultura japonesa, transformando os monstros em verdadeiros criaturas dos pesadelos. E o mais incrível é que quando nós achamos que os monstros são as piores coisas que podemos encontrar na história, o anime desconstrói isso para mostrar que os humanos muitas vezes podem ser criaturas mais cruéis e aterrorizantes do que monstros fantásticos. A violência quase sádica aumenta o impacto da crítica social e do terror. Tudo isso com bastante vermelho como uma boa história de vampiros. Porque no fim das contas Blood-C ainda é uma história de vampiros como os animes do Universo Blood anteriores. Estranho, insano, violento e absurdamente contraditório, Blood-C é uma experiência empolgante.
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