A maior parte dos sigilos é criada para ser destruída logo depois. O senso comum da Magia do Caos insiste, inclusive, que essa destruição é fundamental para que o intento corporificado no sigilo se realize. Nem todos os caoístas concordam com isso, eu entre eles mas, mesmo que o senso comum magicaótico tenha razão, não é a qualquer sigilo que esse princípio se aplica. Em alguns casos, seja porque o intento tem uma natureza mais permanente (sigilos de proteção, por exemplo), seja porque ele requer um investimento maior de energia do que o permitido pelas técnicas convencionais de criar-carregar-destruir, ou por qualquer outra razão, alguns sigilos não só são conservados após a carga como, de fato, são alimentados com frequência.
Alternativamente, ao planejar o sigilo, o mago também pode especificar uma fonte de energia independente. Por exemplo, digamos que ele fez um sigilo com o objetivo de buscar jobs no mercado. Ao formular o intento, ele especifica que a energia do sigilo virá da satisfação emocional que o mago terá com cada job conseguido. Dessa forma, cria-se um feedback que faz com que, quanto mais bem-sucedido for o sigilo, mais energia ele vai receber.
Na linguagem da magia do caos, esses sigilos permanentes são chamados de Servidores e normalmente tratados como se fossem entidades independentes, espíritos ou elementais artificiais. Não é obrigatório personificar o Servidor – ele pode ser concebido, por exemplo, como uma máquina mágica programada para desempenhar uma tarefa – mas, na maioria das vezes, a personificação ocorre de modo praticamente espontâneo.
A construção de entidades mágicas artificiais é uma venerável tradição no esoterismo, tanto oriental quanto ocidental. Um dos primeiros capítulos do Livro dos Mortos do Antigo Egito é um encantamento para que o morto tenha a seu dispor estatuetas vivas que farão por ele o trabalho de arar, semear e colher nas terras que ele receberá ao entrar no Duat, o Além egípcio. A Ilíada de Homero descreve dois autômatos femininos criados por Hefesto, o artífice dos deuses, para ajudá-lo em suas tarefas. Lendas judias descrevem como, empregando os mesmos métodos cabalísticos que Deus teria usado para criar Adão, seria possível fabricar um Golem, um serviçal de barro que obedeceria a todas as ordens de seus criadores. Dezenas de textos herméticos falam dos homunculi, elementais artificiais produzidos por meios alquímicos. No Budismo Tibetano, esse tipo de criatura é chamada de tulpa e interpretado como a projeção de uma forma-pensamento, conceito que foi adotado e adaptado pela Teosofia ocidental no início do século XX. A partir da Teosofia, a noção de formas-pensamento passou a fazer parte do vocabulário da Tradição Esotérica Ocidental, e os Servidores da Magia do Caos são herdeiros diretos das técnicas teosóficas para a geração de formas-pensamento.
Existe um motivo para a prática de personificar os Servidores ser tão difundida. É muito mais fácil interagir com o Servidor se pensarmos nele como um ser vivo do que como um aglomerado abstrato de energia concentrado ao redor de um intento. Jung mostrou como, dos complexos aos arquétipos, é da natureza das forças psicológicas se apresentarem à consciência de forma personificada, e essa personificação nem sequer é intencional por parte do sujeito. Como a gente vê nos sonhos, em que cada personagem real ou imaginário é a encarnação de um aspecto da psique do sonhador, a personificação ocorre automaticamente toda vez que a consciência entra em contato com os conteúdos do inconsciente – e quem leu minhas colunas anteriores sabe que é no inconsciente que a mágica acontece.
“Ao desenvolver deliberadamente partes de nossa psique e identificá-las por meio de um nome, traço ou símbolo, podemos trabalhar com elas (e entender como elas nos afetam) em um nível consciente”, diz Phil Hine, um dos principais nomes do renascimento da Magia do Caos na virada do século.
Ramsey Dukes, um dos criadores da Magia do Caos ao lado de Peter Carroll, concorda, e acrescenta que “a complexidade é um pesadelo quando se pensa mecanicamente, mas é uma riqueza quando se personifica”.
Um Servidor, então, é a projeção ou exteriorização da parte da psique de onde brota o intento que ele foi criado para constelar na realidade externa. E a maneira mais fácil e eficiente de exteriorizar esse intento é tratá-lo como se fosse uma criatura viva.
Em outras palavras, um Servidor é um sigilo personificado.
Como no caso dos sigilos, existem muitas maneiras de se construir um Servidor e, sendo a Magia do Caos um território de experimentação, o ideal é que cada um desenvolva seus próprios métodos, testando o que funciona e o que não funciona. Mas, como ponto de partida, vamos descrever a técnica básica, que pode ser totalmente adaptada, expandida ou substituída, à escolha do freguês.
As primeiras etapas são idênticas às da criação de um sigilo.
O primeiro passo é, obviamente, decidir o propósito do Servidor, o que é análogo a definir o intento do sigilo. Vamos continuar usando o exemplo aleatório que eu joguei lá em cima, o do mago que está na pindaíba e quer criar um Servidor para lhe trazer mais jobs.
Definido o propósito, ele deve ser destilado em uma afirmação do intento, tão clara e sucinta quanto possível:
ME TRAZER MAIS JOBS
Ainda como nos sigilos, a prática usual é cortar as letras repetidas:
METRAZISJOB
Em seguida, embaralha-se as letras até tornar a afirmação do intento irreconhecível. No caso dos Servidores, é interessante formar uma palavra pronunciável (anagramas como TIOJRSMZEAB, por exemplo, estão fora de questão), porque ela pode ser usada como o próprio nome da entidade. Digamos, por exemplo:
ESMITBJZARO
cuja pronúncia seria algo parecido com Smith Bizarro, o que para mim é mais do que ótimo.
As entidades clássicas, como os espíritos goéticos e os anjos cabalísticos, tradicionalmente costumam ser associadas a um sigilo, e por um bom motivo: é mais fácil invocar a entidade traçando o seu sigilo. Sendo um método para lá de testado e aprovado, e uma vez que, até aqui, o procedimento é virtualmente idêntico à criação de um sigilo magicaótico, muitos magos caoístas optam por criar também um sigilo gráfico, que tanto pode ser traçado no ar ao se invocar o Servidor, como na magia tradicional, quanto ser incorporado à base física da entidade (mais sobre isso daqui a pouco). O sigilo do nosso Smith Bizarro poderia ser mais ou menos assim:
Caso você decida não usar o próprio sigilo para nomear o Servidor, é preciso escolher um nome para ele. Não existem regras para isso – não existem regras para nada na Magia do Caos – e, se você quiser, pode chamar seu Servidor de Totó, Mxyzptlk, Joaquim José da Silva Xavier Vulgo Tiradentes, o que der na telha. Mas é de praxe escolher um nome que, direta ou indiretamente, evoque a função do Servidor, nem que seja para, daqui a algum tempo, você não olhar para o Servidor, coçar a cabeça perplexo e se perguntar pra que diabo o Totó foi criado mesmo?
Mas para o nosso exemplo, vamos ficar com ESMITBJZARO (“Smith Bizarro”).
Agora que o Servidor já tem propósito, sigilo e nome, ele precisa de uma forma e de um corpo.
No Tantra indiano, a energia de uma divindade pode ser representada de três maneiras distintas: como um mantra, como um diagrama simbólico chamado yantra, e como uma imagem antropomórfica, que em sânscrito é conhecida como murti. No ritual de invocação a um devata, todos os três são utilizados. Por exemplo, o mantra de Ganesha é GAM, sua representação antropomórfica é um homem com cabeça de elefante e seu yantra é uma estrela de seis pontas:
Servidores situam-se bem abaixo dos deuses na hierarquia de entidades mágicas (no futuro, pode ser que eu dedique uma coluna ao conceito de divindade da perspectiva da Magia do Caos), mas o mesmo princípio simbólico se aplica: o mantra equivale ao nome do Servidor, o yantra é seu sigilo e a forma do Servidor corresponde ao murti.
No que se refere às divindades hindus, a iconografia dos murtis é definida pela tradição, e existem manuais descrevendo o simbolismo de cada detalhe na aparência do deus ou deusa. Já a aparência do seu Servidor, é você quem decide livremente. Mas, como no caso do nome, e pelos mesmos motivos, vale a pena tentar definir uma aparência que tenha a ver com o propósito do Servidor.
Dito isto, você pode visualizar o Servidor como bem entender. O importante é ser capaz de visualizar com clareza e manter o foco da atenção concentrado sobre ele.
Aqui é uma boa oportunidade para esclarecer um ponto importante sobre a visualização. Muitos textos esotéricos, especialmente os mais antigos, tomam a palavra ao pé-da-letra, insistem que a visualização tem que ser estritamente visual e que nenhuma prática do tipo deve ser tentada a menos que o adepto tenha desenvolvido a capacidade de criar mentalmente uma imagem com a nitidez de uma fotografia.
Isso é uma besteira que não tem tamanho.
A psicologia já cansou de demonstrar que nem todo mundo é visualmente orientado. Algumas pessoas são predominantemente visuais, mas outras são auditivas e um terceiro grupo, ao qual eu pertenço, é proprioceptivo-cinestésico, isto é, tem uma percepção mais focada em sensações corporais. Quando eu era adolescente e ainda não sabia disso, comi o pão que o diabo amassou tentando treinar minha capacidade de visualização com exercícios feitos para quem tem orientação visual. Depois que eu comecei a focar os exercícios de visualização nos canais sensoriais que funcionam melhor comigo, minha prática deu um salto da noite para o dia.
Então, visualizar o Servidor não significa necessariamente gerar um fotograma mental da entidade. O que é preciso é criar uma sensação nítida de presença da entidade como uma criatura viva diante de você, da maneira que for mais adequada. E isso só quem pode determinar é você.
Para servir de suporte à visualização e ajudar a manter o foco, muitos magos optam por criar uma base física para o Servidor. Você pode desenhar ou esculpir a entidade, por exemplo. Não se preocupe se você só consegue desenhar bonecos de palito ou se a coisa mais próxima de uma escultura que já fez foi brincar com massinha de modelar quando era criança. O objetivo não é ganhar nenhum concurso de arte. Vá brincando com as formas até chegar numa imagem que você sinta intuitivamente que é adequada. E não se preocupe, você vai saber quando isso acontecer, e vai saber com tanta certeza que algumas vezes pode ter a impressão de que foi o próprio Servidor quem olhou para a figura e disse: é essa.
Também é possível adaptar uma escultura ou boneco que já existam. Conheço vários magos que usam bonecos do Kinder Ovo como base física de seus Servidores, pelo menos um que usa bonecos Lego e outro que prefere Action Figures. Ao se empregar bonecos ready-made, no entanto, é preciso tomar alguns cuidados:
- Não use imagens de pessoas que existem de verdade, vivas ou mortas. Como a magia não opera por causa-e-efeito, e sim por sincronicidade, isso pode criar ressonâncias indesejáveis entre você e a pessoa. E se ela estiver morta, existe o risco de acabar executando uma operação involuntária de necromancia e evocando o espírito do morto, em vez do Servidor.
- É possível usar a imagem de um personagem fictício, mas certifique-se de que as características do personagem não estão em conflito com o propósito do Servidor. No nosso exemplo, seria contraproducente usar uma imagem do Zé Carioca como base física do Smith Bizarro, porque um malandro que vive fugindo do trabalho é o oposto exato do propósito do Smith Bizarro, que é conseguir
É por esse motivo, inclusive, que a atenção que você dedica ao processo de construção do Servidor já faz parte do processo de ativação. O que também vale, aliás, para os sigilos simples. Tanto que alguns autores, como Jan Fries, consideram desnecessário um ritual formal de ativação. Eu discordo. A essência da magia consiste em focalizar a energia atencional do mago no resultado pretendido, direcionando-a por meio da imaginação. Um ritual de ativação age sobre esses dois fatores, foco e imaginação, servindo como uma lente de aumento, amplificando os resultados. Foco porque a atenção do mago está no desempenho do ritual. E imaginação porque, sem ela, qualquer ritual não passa de um cerimonial vazio. Onde você acha que o milagre da transubstanciação na missa, senão na imaginação do fiel, que converte a hóstia e o vinho no corpo e no sangue de Cristo?
Quer opte por criar você mesmo a base física, quer prefira adaptar uma figura já existente, é preciso incorporar o sigilo do Servidor à base. Se você for desenhar ou esculpir, já pode incluir o sigilo no próprio processo de criação. Ele pode ser, por exemplo, um emblema desenhado em alguma parte do corpo do Servidor, tipo o peito, as costas ou a planta dos pés. Como inserir o sigilo em uma figura adaptada, por outro lado, vai depender da natureza da figura. Feita de materiais que permitam desenhar por cima, é só traçar o sigilo no próprio corpo da figura. Do contrário, você pode inscrever o sigilo em um pedaço de papel ou pano e colar sobre a imagem, de qualquer tamanho e em qualquer lugar que achar adequado. Ou pode desenhar o sigilo sobre um pedestal ou disco e colocar a figura sobre ele.
O que eu escrevi sobre técnicas para ativar sigilos se aplica também ao ritual de ativação dos Servidores. Eles podem ser ativados pela energia sexual, tanto produzida pela masturbação quanto por uma relação a dois (ou mais!). Ou você pode simplesmente se sentar diante da imagem e contemplá-la, enquanto recita mantricamente o nome do Servidor, como em algumas técnicas de meditação com suporte físico. A prática do trataka é especialmente recomendada para isso, e consiste em mirar fixamente o Servidor, sem piscar, também recitando o nome mantricamente, até não aguentar mais e os olhos se fecharem espontaneamente, quando então você contempla a imagem residual até ela se dissolver. Esta era a minha técnica preferida de ativar sigilos antes de eu receber a iniciação reiki. Agora, eu ativo sigilos projetando reiki diretamente sobre eles, com a atenção concentrada, o que também funciona com Servidores. Sendo imaginados como criaturas vivas, porém, eles dispõem de uma forma adicional de ativação, exclusiva e que eu, particularmente, considero superior aos métodos de ativação de um sigilo convencional.
Você pode conversar com ele.
A técnica é parecida com o método de imaginação ativa desenvolvido por Jung para dialogar com as figuras do inconsciente (lembre-se, tecnicamente, um Servidor é um aspecto da tua própria psique projetado sobre a figura). Pode-se escolher entre dois pontos de partida:
- Deixe o Servidor tomar a iniciativa do diálogo. Com a figura do Servidor diante de você, respire profundamente algumas vezes para relaxar. Procure esvaziar sua mente. Focando no Servidor, escute internamente para ver se se produz algum pensamento que possa ser interpretado como ele falando.
- Tome você a iniciativa do diálogo. Com a figura do Servidor diante de você, respire profundamente algumas vezes para relaxar. Se preferir, pode sincronizar a respiração com a recitação mental do nome do Servidor. Do contrário, quando se sentir relaxado o suficiente, chame o Servidor pelo nome.
- Um Servidor é uma entidade relativamente simples, criada com um único propósito. Não espere, portanto, que ele tenha uma inteligência complexa, capaz de discutir profundas questões filosóficas e existenciais. Sua inteligência, na maioria das vezes, não vai ser muito maior do que a de um cachorro, um gato ou uma criança pequena. Um Servidor é um intento personificado e, como tal, toda sua psicologia, sua vida e suas capacidades giram em torno desse intento.
- Ao mesmo tempo, precisamente porque toda sua psicologia, sua vida e suas capacidades giram em torno desse intento, porque ele não é outra coisa senão o próprio intento corporificado, o Servidor é a melhor autoridade nessa questão e sabe mais sobre o intento até do que você, que conhece a formulação consciente do intento, mas não tem acesso a suas bases inconscientes, que é justamente de onde o Servidor emergiu. Logo, ouça o que ele tem a dizer, mesmo que isso signifique reformular completamente suas expectativas e até o próprio objetivo da operação.
- Seja educado, respeitoso e cortês. Ter criado o Servidor não te dá o direito de ser autoritário, ríspido ou violento. Ele pode ser fruto da tua imaginação, mas a imaginação é autônoma e, como Jung demonstrou, não está sob o controle do ego. Tratar o Servidor de maneira indevida pode despertar má-vontade nele, quando não raiva pura e simples. Ele pode se recusar a cumprir seu propósito, se retirar de novo para as profundezas do inconsciente e até morrer. Talvez num resquício da magia goética, talvez num reflexo de seus egos monstruosos, muitos magos tratam os Servidores de maneira abusiva. Nada é tão eficaz para destruir uma operação mágica quanto um ego monstruoso.
- Quanto mais você interage com o Servidor, mais concreto ele se torna para a tua imaginação e, em consequência, mais aparentemente real. Alguns adeptos alegam que os Servidores podem assumir um grau de concretude grande o suficiente para serem vistos, não só pelo próprio mago quanto por outras pessoas, o que pode ou não ser verdade. O fato é que, quanto mais concreto, mais eficiente para realizar o seu propósito.
- Por outro lado, tome cuidado para não se tornar submisso, dependente ou obcecado pelo Servidor.
No início do artigo, mencionei que, além da energia fornecida pelo próprio ritual de ativação, é possível programar o Servidor para se alimentar de fontes alternativas. E dei como exemplo nosso Smith Bizarro, que poderia converter em energia a própria satisfação gerada no mago quando o Servidor cumpre seu propósito. Dessa forma, Smith Bizarro teria um interesse “pessoal” em ser bem-sucedido, já que ele também ganharia com a realização do intento. Mas isso precisa ser deliberadamente programado no Servidor.
Com o método da imaginação ativa, essa parte é fácil. Basta, durante a conversa com o Servidor, explicar para ele de que forma ele pode ganhar energia pelo ato mesmo de cumprir sua tarefa.
Mas, se você por algum motivo não quiser ou puder usar imaginação ativa, ou sentir necessidade de reforçar a fonte alternativa de energia, a maneira para isso é apelar de novo para a boa e velha sigilização.
É possível incluir a cláusula sobre a fonte de energia diretamente na formulação do intento principal, que é o coração do Servidor. Em nosso exemplo, se optássemos por essa alternativa, a formulação teria que ser modificada:
ME TRAZER MAIS JOBS E SE ALIMENTAR DA MINHA SATISFAÇÃO COM O RESULTADO
O problema é que a afirmação do intento vira uma verdadeira minhoca, o que se reflete na versão sigilizada que, com o acréscimo de mais consoantes, destrói a homofonia com “Smith Bizarro” e faz com que seja mais difícil encontrar um anagrama pronunciável:
METRAZIDJOBSLNHFCU
Para evitar esse resultado canhestro, eu prefiro especificar a fonte de energia em um sigilo separado, que incorporo à base física do Servidor em paralelo ao sigilo principal, como se fosse uma espécie de bateria mágica:
SE ALIMENTAR DA MINHA SATISFAÇÃO COM O RESULTADO
SEALIMNTRDHFCOU
CHNLMFSIDUORAET
Nesta caso, como o sigilo não vai ser recitado mantricamente (você vai recitar só o nome do Servidor), não tem problema se o resultado for impronunciável.
Finalmente, resta o tópico do que fazer quando o Servidor tiver cumprido sua função ou você quiser ou tiver que se desfazer dele. Não basta destruir ou jogar fora a base física, porque ela não é o Servidor. Ela é só um ponto focal para a consciência do mago ao trabalhar com o Servidor e, conforme a situação, destruir a base física pode até se tornar um problema, especialmente se ele tiver se tornado tão dependente dela que não consegue se concentrar no Servidor sem a base. Nessas circunstâncias, o Servidor vai continuar existindo, mas fora do alcance do mago, o que tem o potencial de causar todo tipo de transtorno, inclusive, nos piores casos, transformar o Servidor num Poltergeist.
Considerando que o Servidor é uma parte da psique do mago exteriorizada, a maneira de dispor dele quando não for mais necessário é reabsorver a energia da entidade.
Como na criação, a destruição do Servidor pode ser feita de várias maneiras diferentes. Algumas sugestões são:
- Visualizar a energia do Servidor fluindo de volta para o mago antes de destruir a base física.
- Visualizar a energia do Servidor fluindo de volta para o mago ao destruir a base física.
- Visualizar a energia do Servidor fluindo de volta para o mago sem destruir a base física, que então se torna um objeto inerte.
- Usar imaginação ativa para pedir que o Servidor volte espontaneamente para a psique do mago. De novo, seja cortês com o Servidor e mostre-se grato pelos serviços prestados. Seja sincero. Tecnicamente, ele nunca deixou de ser uma parte da tua psique, e vai saber se você estiver falando da boca para fora.
Com a imaginação ativa, é possível que o Servidor mostre reticência ou mesmo se recuse teimosamente a ser reabsorvido. É raro, mas pode acontecer. Se acontecer, basta recorrer a uma das duas primeiras sugestões listadas, visualizar a energia sendo reabsorvida antes ou durante a destruição da base física. Em se tratando de resistência do Servidor a voltar, não se recomenda manter a base física nem como objeto inerte. É sempre possível que a projeção não se dissolva totalmente e uma parte da energia do Servidor continue presa à base.
Não existem limites para a quantidade de Servidores que um mago pode criar, e múltiplos Servidores podem inclusive ser combinados para lidar com um objetivo particularmente complexo, cada qual se ocupando de um aspecto da tarefa. Até porque, em magia como em todo o resto, a união faz a força.
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