Barbie (2023), Greta Gerwig.
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Um filme sensacional com Margot Robbie e Ryan Gosling perfeitos nos papéis de Barbie e Ken. Inspirado na famosa boneca criada pela Ruth Handler para a Mattel, o filme traz a vida perfeita da Barbie na Barbielândia, onde tudo é rosa, muito rosa, só que essa vida perfeita vira de cabeça para baixo quando ela começa a ter pensamentos sobre morte. Por causa disso, ela começa a mudar, só que ela não consegue lidar com essa mudança, e tentando restabelecer a vida que tinha, ela decide viajar para o mundo real para tentar encontrar e estabelecer uma conexão com a pessoa que brinca com ela.
A história vai se desenrolando de uma maneira até um tanto quanto inesperada, especialmente a parte do mundo real, porque vai apresentando outros personagens dentro da trama que acrescentam bastante às nuances da própria Barbie. Além da própria dinâmica do Ken ao chegar no mundo real e descobrir um mundo completamente diferente da Barbielândia. Nessa aventura da Barbie tentando se reencontrar, ela acaba se deparando com a própria Mattel e os executivos da Mattel e se depara com uma mulher que é mãe e está tentando se reconectar com a filha adolescente que é um tanto quanto rabugenta, e a própria mãe também está muito exausta, muito cansada, já foi uma criança, já brincou com a Barbie, e agora está um pouco desiludida com a vida. Isso vai criando toda uma dinâmica dentro da história, toda uma conexão com a própria Barbie e com o que a Barbie significa, e isso inclui até uma homenagem sagaz a grande criadora da Barbie, a Ruth Handler.
O filme é um grande blockbuster pensado pra ser um filme divertido de férias, que é muito bem dirigido e conduzido pela diretora Greta Gerwig, que apesar de trabalhar com um filme de estúdio e blockbuster, o que geralmente tem algumas premissas a serem mantidas, ela consegue subverter bastante coisa e construir um blockbuster grandioso e divertido e que ao mesmo tempo sabe como subverter algumas expectativas.
Uma coisa que eu gostei muito em Barbie é o fato de ser um filme bem diferente do que vende nos trailers. Porque é uma comédia, mas tá mais pra uma dramédia, e tem uns aspectos de drama existencial meio na vibe do Pinóquio. Definitivamente não é o filme que eu imaginava que seria, e acho que por isso mesmo eu gostei tanto.
O elenco está muito bem. A Margot Robbie é um espetáculo como Barbie. O Ryan Gosling tá extremamente divertido como Ken e tentando lidar com as fragilidades de ser o Ken. A narração da Helen Mirren é extremamente sarcástica e irônica e proporciona alguns momentos realmente engraçados só pela narração. O filme tem até mesmo uma vibe meio de sessão da tarde dos anos 80 e 90. Porque até certo ponto me fez lembrar de A Garota de Rosa-Shocking, que é um filme com boas doses de humor e drama e que sabe equilibrar bem isso. Porque Barbie é um filme bem-feito, bem dirigido e que sabe equilibrar bem a comédia e o drama.
Barbie é um filme feito por mulheres para as mulheres, sobre ser mulher e sobre o universo feminino e com uma crítica muito forte ao machismo. Se você é homem e tá se doendo e se incomodando com o filme, então há grandes chances de você ser o tipo de homem que o filme tá criticando. A questão aqui é: se você quer ser esse tipo de homem ou se você prefere ser (ou pelo menos tentar ser) melhor do que isso, porque tentar ser melhor do que isso é inclusive uma mensagem de aprendizado também passada pelo filme através do Ken.
Eu curti bastante. E adorei todo o hype rosa criado pelo filme. Tô achando lindo toda essa coisa de todo mundo ir de rosa no cinema. Essas coisas é que tornam o cinema tão divertido e me fazem gostar tanto de filmes. É por coisas assim que eu acho que vale a pena.
Por isso eu recomendo muito Barbie, que é muito divertido, muito rosa e, como a própria protagonista deixa claro, é um filme bem fora da caixa.
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