Dragon Ball Z: O Renascimento de Freeza (2015), Akira Toriyama.
Dragon Ball se tornou conhecido e aclamado por suas lutas espetaculares, suas piadas sagazes e seus personagens carismáticos. Dragon Ball Z: O Renascimento de Freeza aproveita bem estas qualidades que fizeram o anime tão famoso, e em alguns aspectos, lembra um pouco o décimo segundo filme da franquia, O Renascimento da Fusão, com o vilão Janemba, quando inclusive Freeza volta do mundo dos mortos por alguns minutos e é derrotado por Gohan.
Algum tempo depois dos acontecimentos de Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses, dois antigos membros do exército de Freeza chamados Sorbet e Tagoma (criados por Akira Toriyama especialmente para o filme) chegam à Terra com o objetivo de reunir as Esferas do Dragão para reviver seu líder e se vingar dos Saiyajins. Quando Freeza invade a Terra, os Guerreiros Z mais uma vez se juntam para enfrentar a ameaça do vilão, que agora parece mais poderoso do que nunca.
A jogada criativa do filme é recuperar Freeza para a história. Ele é um personagem bem conhecido e desenvolvido, e por isso mesmo, não precisa ser apresentado. Basta ressuscitá-lo e levá-lo para a ação que está tudo certo. Cruel e impiedoso como sempre, Freeza retorna com um teor mais cômico, e carregado de nostalgia, tanto pelas lembranças que ele tem das batalhas passadas com Goku e Trunks como pelas descobertas depois de tanto tempo fora, como saber que Gohan agora é capaz de se transformar em Super Saiyajin. Com o vilão já estabelecido, o filme foca em outras coisas, como a participação especial de Jaco o Patrulheiro Galáctico, personagem principal de outro mangá criado por Akira Toriyama, que é uma prequel de Dragon Ball.
Jaco fez sua primeira aparição em um jogo de videogame de cartões japonês chamado Dragon Ball Heroes e depois em um mangá curto de 11 capítulos lançado por Toriyama em 2013, cuja história se passa dez anos antes do início de Dragon Ball. No mangá, Jaco cai na Terra enquanto persegue um Saiyajin enviado para destruir o planeta. Ao longo de suas aventuras, ele conhece Bulma ainda com cinco anos de idade, e ela o ajuda a consertar a nave em que ele viajava. Quando Jaco é apresentado, ele está procurando Bulma para avisá-la sobre a ameaça do vilão recém-ressuscitado, e bajular a velha amiga um pouquinho (todos amam a Bulma... ela continua sendo a dona de todos os corações de Dragon Ball, e isso nunca vai mudar... huuum, morangos)
Outra sacada é que Goku e Vegeta inicialmente ficam de fora dos acontecimentos principais, o que permite ao filme construir uma tensão interessante. Enquanto Goku e Vegeta treinam com Whis e Bills no planeta do deus da destruição — os dois personagens que foram introduzidos no filme A Batalha dos Deuses —, Freeza é ressuscitado por lacaios de seu antigo exército e vem para a Terra em busca de vingança, ao som frenético da música “F” da banda Maximum the Hormone. Toriyama contou em uma entrevista que escolheu o título do filme por causa da música, e que a trama é baseada em ideias que ele gostaria de ter usado no mangá original.
O diretor Tadayoshi Yamamuro, que também trabalhou com Toriyama em A Batalha dos Deuses, faz um bom trabalho ao contrapor a ameaça da invasão de Freeza com a vida tranquila que os Guerreiros Z estão levando na Terra durante estes tempos mais pacíficos. A cena em que Kuririn é interrompido em seu (inesperado) trabalho além de ser divertida é uma boa antecipação das incríveis batalhas que estão por vir.
Quando as tropas de Freeza invadem a Terra, o filme chega a seu melhor momento. Uma vez que Goku e Vegeta não estão na Terra para lutar, são os outros Guerreiros Z que precisam enfrentar a ameaça. Em uma sequência de mais de dez minutos de pura ação e batalhas, Kuririn, Tenshinhan, Piccolo, Gohan e Mestre Kame lutam contra centenas de soldados do exército de Freeza e chutam as bundas deles no melhor estilo DBZ.
Animada com perfeição, a cena oferece a cada personagem um momento para brilhar, nos lembrando dos melhores momentos da série de televisão, quando os Guerreiros Z se reuniam para enfrentar seus inimigos em combates de socos e chutes borrados, voos rasantes e técnicas de luta poderosas. Jaco também luta e é uma participação sensacional, por ser alguém que luta sem poderes incríveis, e por fazer poses impagáveis quando vence.
A luta dos Guerreiros Z é um ponto alto do filme e seu momento mais emocionante. Depois disso, Goku e Vegeta chegam ao campo de batalha, e o foco muda para luta entre eles e Freeza, em esquema de revezamento, com bastante de Goku, e um pouco menos de Vegeta. A luta entre eles também é sensacional, claro! Freeza é o maior vilão de Dragon Ball, treinou para ficar mais forte e conquistar sua vingança, adquiriu uma nova forma, e mesmo assim, em momento algum da batalha, ele parece uma ameaça real para Goku. E a luta contra Freeza tem ainda algumas surpresas maneiras. A transformação dourada de Freeza é uma delas. A outra é uma nova transformação de Super Saiyajin, o chamado “Super Saiyajin Deus Super Saiyajin”, que é uma evolução do Super Saiyajin Deus que aparece em A Batalha dos Deuses. Nessa forma, o cabelo fica azul, um “Super Saiyajin Blue”. E obviamente, o poder é absurdo. Um urra para o Vegeta que, mesmo lutando pouco, continua sendo o personagem mais sensacional e fodão que todo mundo adora.
Dragon Ball Z: O Renascimento de Freeza é muito maneiro com seu humor despreocupado e suas batalhas empolgantes. O filme possui o espírito do que há de melhor no anime. É um bom renascimento não apenas para Freeza, mas também para o próprio universo de Akira Toriyama. Vale lembrar que uma nova série está prestes a ser lançada, Dragon Ball Super.
Redes Sociais