Blade Runner (1982), Ridley Scott.
Blade Runner é um dos meus filmes favoritos da vida, no topo da lista junto com Os Sete Samurais, Casablanca, Matrix e Grande Hotel Budapeste. Eu revejo sempre que posso e sempre recomendo que seja visto e revisto, porque cada vez que eu assisto, a experiência do filme fica melhor.
É um clássico do cinema e do diretor Ridley Scott. Um filme que faz vários questionamentos ao apresentar uma sociedade que usa os Replicantes como mão de obra para serviços perigosos, segregados e ostracizados, até que alguns deles decidem se rebelar. E é quando o “caçador de androides” Rick Deckard é acionado para rastrear os Replicantes rebeldes e “aposentá-los”.
Ouça o podcast sobre o filme aqui.
Grande parte da força do filme vem de Harrison Ford, com um destaque especial para seu confronto final o Replicante Roy Batty, de Hutger Hauer. O embate entre os dois é profundo e emocionante.
Já a beleza do filme está em todas as discussões que levanta sobre vários aspectos sociais que, na época do lançamento, já eram discutidos, mas que ao longo do tempo também foram se mostrando muito presentes na nossa sociedade, como questões sobre a globalização e o meio ambiente, como o fato dos animais naquele cenário futurista do filme estarem extintos.
Inclusive, a história se passa em 2019, e se na década de 80 parecia um futuro distante, é interessante (e até assustador) perceber que muitas das coisas que foram imaginadas no mundo do filme aos poucos foram ganhando forma na nossa realidade. E agora em 2019/2020, quando alcançamos este “futuro”, somos capazes de ver que muitos dos temas debatidos pelo filme estão presentes na sociedade atual e ainda são problemas fortemente debatidos. Por isso é um filme que permanece muito atual.
Hoje em dia, fala-se muito sobre Blade Runner ser um neo-noir, mas nos anos 80, ele pegava muito da estética e dos conceitos do cyberpunk, discutindo coisas que estavam em evidência naquela época. O cyberpunk, apesar de apresentar um futuro decadente, na verdade tem como principal tema o presente (e como a decadência do presente pode levar a um futuro sombrio).
Blade Runner é um filme que merece todo o respeito que conquistou ao longo dos anos. É um filmaço! Tanto que depois de muito tempo ganhou a continuação Blade Runner 2049, cuja história se passa 30 anos depois do primeiro filme, com temas, discussões e questionamentos atualizados para as coisas que estavam sendo discutidas e questionadas em 2017, quando foi lançado. A continuação do Denis Villeneuve também é muito boa. Faz jus ao original.
E vale um destaque para o livro do Philip K. Dick que inspirou tudo isso, “Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?”, que eu também adoro e vale muito a pena ser lido.
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